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Brazilcore e a visibilidade da cultura brasileira

     Afinal, o que é “brazilcore”?

 

     Pouco tempo atrás, o mundo inteiro pintou-se de verde e amarelo. Em partes pela grande expectativa de apreciar a arte de jogar futebol promovida pela seleção brasileira em Copas do Mundo. No entanto, a febre do brazilian aesthetic, dessa vez, não foi culpa de nenhum atleta do Brasil, mas sim das influenciadoras globais de moda e suas famosas trends em redes sociais.   

     Segundo o dicionário de Cambridge, a palavra “core” pode significar “núcleo” ou “essência”. Isto é, o “brazilcore” consiste basicamente na promoção da essência brasileira através da divulgação de símbolos nacionais em vestimentas e acessórios. Nas fotos e vídeos viralizados, fashionistas trajavam desde peças da própria CBF até pequenos detalhes como estampas de uma arara-azul, geralmente com a presença de músicas populares do país ao fundo. 

 

     Uma crítica a popularização do brazilcore

 

     Muito antes do termo “brazilcore” ser criado, a estética brasileira e a utilização de camisas de time já eram algo bastante valorizado nos ambientes que tendem, de forma injusta, a ter suas vozes silenciadas: as periferias brasileiras. O esporte mais famoso do mundo sempre foi presente no território nacional por completo e, nas ruas, de onde inúmeros jogadores saíram, ele é a materialização do sonho, um sinal de esperança para aqueles que um dia ousam representar os maiores times do mundo. Mas se o verde e amarelo já faz parte do dia a dia desses meninos e meninas desde sempre, por que só se tornaram dignos de atenção e popularização quando vistos no determinado padrão fashionista? Ou até mesmo, por qual motivo houve a necessidade de que a bandeira fosse aderida por personalidades estrangeiras para que obtivesse a aceitação dos próprios brasileiros?

     Não existe começo, meio e fim quando se trata das passarelas. A moda é versátil, ela vem e vai a todo momento. As tendências surgem e desaparecem de formas tão orgânicas que as pessoas mal percebem. No mundo globalizado que se vive hoje, fazer sucesso é adaptar-se até mesmo àquilo que não se gosta, mesmo que isso signifique ressignificar, em um pequeno intervalo de tempo, o uso da amarelinha. Afinal de contas, se agora até as it girls estadunidenses estão usando, deve ser bom, não é?

 

     A exportação da cultura brasileira

     

     Não há motivos para ser contra a febre do brazilcore. Depois de tempos de rivalidade, foi ele que reuniu os brasileiros em prol da bandeira, de uma mesma torcida. Além disso, ele deu uma oportunidade de ouro para que pequenas empresas, principalmente do ramo vestuário, tivessem seus produtos apreciados por um público cada vez maior. 

     Não é exagero dizer que o Brasil é um dos países com mais riquezas culturais do mundo. É preciso explorá-la e torná-la cada vez mais visível. Que honra ter produtos brasileiros sendo reconhecidos mundialmente, artistas que vieram dos mais diversos locais negligenciados dominando o topo dos charts musicais, atletas se tornando os maiores nomes de seus respectivos esportes. Que sentimento bom é perceber que a camisa brasileira está sendo bem-vista. Não há problemas em apreciar tal reconhecimento, contudo, é crucial que não seja esquecido onde isso tudo começou.

     A periferia foi a precursora do brazilcore. Cabe tanto àqueles que seguem a tendência quanto àqueles que trabalham no ramo dar ênfase a esse público que sempre usou e continuará usando a estética.

Por: Fernanda de Sá Pires em 28/02/2023.

Fontes: 

https://bit.ly/3IPXBDB

https://bit.ly/3IQd46J

https://bit.ly/41CSZJH

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